5 de fevereiro de 2011

Mães só morrem quando querem.


Em geral, as mães, mais que amar os filhos, amam-se nos filhos.(Friedrish Nietzshe)

Eu tinha sete anos quando matei minha mãe pela 1ª vez.

Eu não a queria junto a mim quando chegasse à escola em meu 1º dia de aula.

Eu me achava forte o suficiente para enfrentar os desafios que a nova vida iria me trazer.

Poucas semanas depois descobri aliviado que ela ainda estava lá, pronta para me defender não somente daqueles garotos brutamontes que me ameaçavam, como das dificuldades intransponíveis da tabuada.

Quando eu fiz catorze anos matei minha mãe novamente.

Não a queria me impondo regras ou limites, nem que me impedisse de viver a plenitude dos vôos juvenis.

Mas logo no 1º porre eu felizmente a redescobri viva. Foi quando ela não só me curou da ressaca, como impediu que eu levasse uma vergonhosa surra do meu pai.

Aos dezoito anos achei que mataria minha mãe definitivamente, sem chances para ressurreição.

Entrara na faculdade, iria morar em república, faria política estudantil, atividades em que a presença materna não cabia em nenhuma hipótese.

Ledo engano.

Quando me descobri confuso sobre qual rumo seguir voltei a casa materna, único espaço possível de guarita e compreenção.

Aos vinte e três anos me dei conta de que a morte materna era possível, apenas requeria lentidão...

Foi quando me casei, finquei bandeira de indepêndencia e seguir viagem.

Mas bastou nascer a minha 1ª filha para descobrir que o bicho mãe se transformara num espécime ainda mais vigoroso chamado: avó.

Para quem ainda não viveu a experiência, avó é mão em dose dupla (mãe 2 vezes)...

Apesar de tudo continuei acreditando na tese da morte lenta e demorada, e aos poucos fui me sentindo mis distante e autônomo, mesmo que a intervalos regulares ela reaparecesse em minha vida desempenhando papéis importantes e únicos, papéis que somente ela poderia protagonizar...

Ms ao final dessa hístória, ao contrário do que eu sempre imaginei, foi ela quem definiu: quando eu menos esperava, ela decidiu morrer.

Assim, sem mais, nem menos, sem pedir licença ou permissão, sem data marcada ou ocasião para despedida...

Ela simplismente se foi, deixando a lição que mães são para sempre!

São elas que decidem o quanto esta eternidade pode durar em vida, e o quanto fica relegado para o etério terreno da saudade... (Autor desconhecido)


E para quem já não a tem mais do seu lado...

Guarde suas lembranças no mais precioso dos baús.

Mesmo onde ela estiver, saiba que semore vai entender o recado... e vai chorar, quando você chorar... Sorrir quando você sorrir... Vai velar seu sono, como quando fazia na época de criança.

Não espere ela partir para lhe dar Amor.

Um dia você vai descobrir que a pessoa que mais lhe amou na vida foi ela...

Incondicionalmente...

Desde que você surgiu nesta vida.

2 comentários:

  1. Oi Nykaella!
    Tb sou mãe e achei muito interessante oque vc escreveu.Faz a gente parar pra pensar.Eu não via os fatos da maternidade por este angulo,mas adorei ter uma "releitura"da palavra mãe e tds os seus encargos.Um beijo

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